Pairem minhas palavras
para sempre
pássaros sem assinatura
sonhos de poemas
jamais escritos
a serem colhidos
por mãos invisíveis
que possam escrevê-los
e assim se faça
a poesia
que nunca hei de ler
no anonimato
que ninguém saberá.
Assim me faça
desconhecida
nos poemas
de palavras anônimas
colhidas
por um autor a vir
que se saiba
ou que almeje saber-se
em tal sonho de ritmos
escritos por ninguém.
Em espaço onde pairem
sempiternas
as histórias
os silêncios
de tudo o que houve
e não
neste tempo em que eu
NÃO
assim fiquem também meus hiatos
meus vazios
ausências
que um poeta a vir preencha
com a própria respiração.
Imagine eu imaginar que você se gabe de alguma coisa. Você nunca faz isso,anjo.
Beijo
Zu.
Mas Zuzu, eu também quase nada sei…e o pouco que sei não tenho certeza. Somos assim mesmo. Não quis me gabar de meu ( pouco ) conhecimento,desculpe me se dei esta impressão.
bjk
Oi. Segundo o que li sobre o Akasha,pensamentos, sim, que estes não podem acontecer sem palavras. Intuições,não sei, mas, por que não? Omar, não sei dizer mais,pouco conheço, ou melhor conheço quase nada de todas as coisas. Eu só falei do Akasha porque me foi a inspiração poética para o texto, só por essa razão.
Abraço da amiga
Zu.
Espero que os registros akashikos possam conter alem das palavras, pensamentos e intuições já que muitas vezes não conseguimos expressar com palavras, realizar em nossos pensamentos e controlar em nossas intuições.
Bem, só posso louvar a beleza do teu poema-comentário. Este meu ASPIRAÇÃO, que já tem quase oito anos de existência, inspirou-se em uma concepção da Tradição Oculta segundo a qual há um espaço chamado Akasha, onde todos os nossos pensamentos e palavras permanecem gravados para sempre.É uma ideia deveras muito forte e densamente poética. Assustadora, também. Dela me veio este poema.
Beijo
Zu…zu
Palavras que se escondem ou que escondes,
vazios sempre preenchidos por alguma coisa.
Poesias sem assinatura possível,
letras que caem pela cachoeira
num papel impermeável
e correm para o mar batendo os bracinhos aflitos.
Ventos enclausurados em muros sem altura visível.
A ciência da intuição.
O silêncio das ondas batendo forte contra as rochas,
a tempestade nas matas,
tempestades tímidas,
sem continuação possível.
A brisa quente na ilha perdida
que a água vai continuamente encobrindo
até que fique apenas um montículo de areia molhada.
Até que respire apenas um pequeno pássaro azul
em busca de flores de cerejeira.