Arquivos Diários: 28 novembro, 2009

ENTÃO É NATAL – por “o ruminante” /belém

 

Lá vou eu mais uma vez me meter onde não devo, porém não resisto. Estamos a 30 dias do Natal e mais uma vez temos as mesmas coisas de todos os anos, mas jamais uma mudança efetiva na direção que a data celebrada requer.

O que segue eu já expus publicamente quando meu pai pediu que eu preparasse uma mensagem de Natal para o almoço do dia 25 de dezembro de 2008. Não sei se agradou, mas não me disseram qual era o tema e ninguém reclamou. É a primeira vez que eu escrevo este texto, pois no dia foi só conversa mesmo.

Particularmente não gosto quando me pedem para fazer este tipo de mensagem, em parte por minha forma de enxergar o mundo, em parte por estas exposições afetarem uma cultura profundamente arraigada e, principalmente, por eu passar por chato no final de tudo em muitas das vezes.

Se observarmos com o mínimo de cuidado a “Época” de Natal, vamos perceber que diversos jargões surgem como: “É tempo de Paz, de amor, de esperança, de ajudar as pessoas, et cetera.”

As casas são enfeitadas e as pessoas começam a se preparar para um momento de confraternização “cristã” onde as pessoas devem se unir para celebrar.

A generosidade aflora de forma ímpar, pessoas pobres recebem ajuda de todo os lados, caixinhas recebem donativos para melhorar o Natal de grupos como porteiros, faxineiros e outros.

Tudo isso é muito bom, muito legal, mas tenho alguns pontos que eu gostaria de avaliar com um pouco mais de calma.

Aos que se dizem cristãos eu gostaria de saber se há alguma referência de Jesus nos dizendo que no período de seu nascimento é que nós deveríamos nos tornar pessoas melhores? Eu tinha entendido que deveríamos amar ao próximo em todo o tempo.

Por que exatamente nós resolvemos fazer caridade nesta época? E o resto do ano, as pessoas não precisam de ajuda? Seria somente nesta época que Cristo pediu que tivéssemos compaixão pelos necessitados?

Se, durante este período, tirarmos tudo que é considerado tradição, como as comidas típicas da época, os enfeites, as música, a troca de presentes e algumas outras coisas, o que sobra é cristianismo?

Talvez a nós melhor fosse pegar toda a comida que nós reunimos para as celebrações e, entregando para quem nada tem, fossemos para nossas casas dormir envergonhados.

Não sou contra nos reunirmos para celebrarmos o Natal, pelo contrário, mas há muito que a grande maioria se esqueceu o que realmente estão fazendo nestes encontros, os quais podem ser feitos a qualquer tempo para a celebração do nascimento, vida, morte e ressurreição daquele que muitos acreditam ser o Cristo, a saber, Jesus.

O óbvio da força comercial da data nem perco meu tempo ruminando, pois todo mundo já comenta se achando especial por ter percebido algo tão explicito, mas a base do que as famílias dizem celebrar eu não concordo e não acho que esteja sendo feita da maneira correta.

Se você não se ofendeu comigo, nem me mandou àquele lugar durante esta ruminada, pense um pouco sobre o assunto e faça um Natal diferente este ano.