Arquivos Diários: 5 novembro, 2009

O ÚLTIMO BLEFE – de marilda confortin / curitiba

 

Tanto blefou esse jogador

que a si mesmo enganou

temendo perder no amor

mentiu nas cartas, apostou.

Usou todo seu ouro, o tolo

para comprar bijouterias

nada muito valioso, só “rolo”

vaidoso, usava uma  por dia.

Manteve um coringa na manga

para qualquer eventualidade

caso aparecesse uma franga

ele (a)batia, sem piedade.

Desprezava as juras de morte

dos pobres e infelizes traídos

acreditava tanto na sorte

que nem sequer dava ouvidos.

Desperdiçou muitas cartas

perdeu a paciência, contudo

gastou sua palavra farta

com quem era surdo-mudo

Mas um dia, virou um valete

e o espada, acreditando na fama

subiu na mesa e gritou o blefe

trucou, sem ter nenhuma dama.

Foi então que se deu conta

que era sua ultima rodada

e que boa dama não se encontra

em baralho de carta marcada.

Pobre rei,  ficou nú, derrotado,

sem castelo, sem posses nem trono

teve todas as prendas do reinado

e hoje, nem desta coroa ele é dono.

 

 

NOSTALGIA – de eunice arruda / são paulo

Amo
os
casais

Ombro
a
ombro

Pisando a mesma calçada

Amo os casais que
atravessam
ruas
estações

Seguram as
mãos
não
o tempo

Amo
os
casais

Que permanecem