O ÚLTIMO BLEFE – de marilda confortin / curitiba
Tanto blefou esse jogador
que a si mesmo enganou
temendo perder no amor
mentiu nas cartas, apostou.
Usou todo seu ouro, o tolo
para comprar bijouterias
nada muito valioso, só “rolo”
vaidoso, usava uma por dia.
Manteve um coringa na manga
para qualquer eventualidade
caso aparecesse uma franga
ele (a)batia, sem piedade.
Desprezava as juras de morte
dos pobres e infelizes traídos
acreditava tanto na sorte
que nem sequer dava ouvidos.
Desperdiçou muitas cartas
perdeu a paciência, contudo
gastou sua palavra farta
com quem era surdo-mudo
Mas um dia, virou um valete
e o espada, acreditando na fama
subiu na mesa e gritou o blefe
trucou, sem ter nenhuma dama.
Foi então que se deu conta
que era sua ultima rodada
e que boa dama não se encontra
em baralho de carta marcada.
Pobre rei, ficou nú, derrotado,
sem castelo, sem posses nem trono
teve todas as prendas do reinado
e hoje, nem desta coroa ele é dono.
NOSTALGIA – de eunice arruda / são paulo
Amo
os
casais
Ombro
a
ombro
Pisando a mesma calçada
Amo os casais que
atravessam
ruas
estações
Seguram as
mãos
não
o tempo
Amo
os
casais
Que permanecem
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