MEUS MORTOS de tonicato miranda / curitiba
para Carlos Eustáquio
.
ouvindo Romeu e Julieta de Tchaikovsky
choro copiosamente sem soluços e águas
elas que sobram lá fora na chuva lavadeira de janelas
seguindo pelas sarjetas e calhas, lavando-me mágoas
choro meus mortos deixados na infância distraída
choro meus mortos porque sinto esta culpa traída
pois deixei-os intactos no barco da saudade
deles tenho uma só lembrança: os sorrisos eternos
sem viagens nas rugas do tempo, na dobra da coluna
este é meu pequeno gesto de imortalidade a eles
Comentários