Arquivos Diários: 24 março, 2008

LUIZ FELIPE LEPREVOST, assume o personagem em ASSUNTO TERMINADO e raspa a cabeça!

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Em uma sociedade controlada, o jovem Ivan – funcionário do “Sistema” – passa a questionar a ordem estabelecida e por isso recebe a visita de um inspetor. A partir desse encontro, abordando conteúdos do homem contemporâneo, cria-se um habilidoso jogo de sedução psicológica e de poder.
Para poder interpretar o personagem o jovem poeta, escritor, compositor e ator LUIZ FELIPE LEPREVOST, raspou a cabeça como todo ator profissional o faria. sucesso LEPRE!!
onde:
21/03/2008 – 21:00 – ACT – Ateliê de Criação Teatral- Rua Paulo Graesser Sobrinho, 305
22/03/2008 – 21:00
23/03/2008 – 21:00
24/03/2008 – 21:00
25/03/2008 – 21:00
26/03/2008 – 21:00
27/03/2008 – 21:00
28/03/2008 – 21:00
29/03/2008 – 21:00
30/03/2008 – 21:00

ingresso: 20,00 e 10,00

TENHO 164 AMIGOS por ricardo boessio dos santos

Espero que você tenha ficado tão impressionado (a) quanto eu fiquei ao ouvir a afirmação que empresto para ser o título deste artigo.

Essa frase eu ouvi de uma estudante de Educação Física que estava usando um computador ao lado do meu. Ela virou-se para uma amiga que estava ao seu lado e fez essa afirmação com sorriso nos lábios que estampava sua clara satisfação em dizer em alto e bom som que tinha essa quantidade de amigos.

Uma frase dessas não poderia me passar incólume, pois eu achei estapafúrdia. Como assim 164 amigos? Como é que alguém pode ter uma quantidade dessas de amigos, como ela conseguiu isso? Será que ela é uma pessoa tão especial assim, ou será que cada vez mais o ser humano está relegando a um plano superficial as suas emoções e as suas relações com os outros? Será que o significado de amizade é mais um que se tornou raso, ou até vazio? Como já disse o psicanalista Jurandir Freire Costa “Até agora, o amor era um ideal de auto-realização afetiva que acenava para um tipo de felicidade no qual o êxtase da dissolução no outro era compatível com a consciência da individualização do desejo. Atualmente, o amor vem sendo desidealizado. Estamos, pouco a pouco, aceitando que a experiência amorosa é fugaz e seu destino é a provisoriedade”.

Também do psicanalista vem outra reflexão, retirada do livro “Sem fraude, nem favor”: “O amor deixou de ser puro momento de encanto para se tornar uma corvéia. Quando é bom não dura, e quando dura já não entusiasma mais”. A afirmação da aluna foi desferida após vislumbrar o seu espaço no Orkut (para quem não conhece: trata-se de uma rede de relacionamentos e comunidades na internet).

Ao saber disso cheguei a conclusão de que tratava-se de uma superficialização do significado da amizade. Mais uma emoção que jogamos a um plano menor, que fazemos com que perca sua profundidade. Não bastava o amor já ter se tornado um sentimento banal, comum, simples, corriqueiro? Hoje em dia você pode ver casais que mal se conhecem dizendo que se amam. Um dia, dois dias e pronto, lá vem a frase: eu te amo! Frase vazia, morna, fria como se dissesse “vou ver TV”.

Ninguém está afirmando que o amor não pode acontecer em pouco tempo, ou que uma amizade não pode ser encontrada na internet. De forma alguma eu diria algo tão irresponsável. Só estou afirmando que, hoje em dia, para muitos tudo é amizade, amor.

Esses dois sentimentos são indissociáveis, na minha humilde opinião, porque acredito que amizade é uma forma de amor. Amor em um outro nível, mas é amor. Por isso não consigo conceber afirmações como a que foi feita. Posso estar muito enganado, mas amigo não é alguém que você somente cumprimenta, alguém que você somente diz um “olá”. É isso também, mas não é só isso. Não é somente alguém que trabalha na mesma empresa que você, que estuda na mesma sala que você, que mora no mesmo prédio que você. É mais do que isso. Muito menos é somente alguém que entra na sua comunidade no Orkut. É muito mais do que isso.

Neste momento quero descrever algumas cenas da vida que presenciei, ou que me foram contadas pelos atores principais.

Cena 1

Um colega de sala da universidade, após começar a falar sobre uma amiga minha e ser interpelado por mim, disse algo como:

– Não adianta, a Fulana (não quero mencionar o nome) é queridinha sua. Você sempre vai defendê-la. Tem algo que eu penso e naquele momento não expressei, mas me veio à cabeça logo. Claro que vou defendê-la, e farei isso sempre. Isso é a amizade. Você não permite que ninguém fale mal de quem você gosta. Mal sabia ele que, assim como com ela e com outros (as) amigos (as), também já o defendi…

Cena 2

A situação econômica de uma pessoa era terrível. Momentaneamente sem trabalho, ele estava passando por dificuldades enormes para manter-se e para manter a pensão para seus filhos. Faltava até comida na geladeira. Certo dia ele recebeu um telefonema de um amigo, que tinha, mais ou menos, o seguinte conteúdo: – Fulano, você vai estar em casa às “X” (não lembro a hora e nem sei se me foi dita) horas? Eu e o Beltrano vamos passar aí.

Quando o autor do telefonema e o Beltrano chegaram trouxeram com eles sacolas de compras do supermercado. Essa história me contada por quem estava passando necessidades que, agora muito bem estabilizado profissionalmente, é muito grato pelo que fizeram.

Cena 3

Noite de réveillon. Virada do ano passado (2004) para este ano de 2005. Em meio à alegria das comemorações entre amigos estava patente no olhar e nas ações que um deles estava feliz, porém não tanto quanto poderia (ou queria). Motivo: estava (verbo no passado porque já aconteceu) de transferência marcada poucos dias depois do reveillon para Recife (PE) por causa de trabalho. Vai ter um crescimento profissional, vai ter uma grande melhora financeira. E porque não estaria feliz?

Simples, todos os seus amigos ficaram em São Paulo e a dor da separação e da falta do convívio diário com alguns, ocasional com outros, deixará um vácuo em sua vida. Ninguém deixará de ser seu amigo, mas a falta deste convívio não é fácil.

Impossível segurar o sentimento, como ficou evidente no início do seu discurso. A voz já não conseguia sair normalmente, o sentimento precisou de poucos segundos para manifestar-se em forma de lágrimas, e o pranto se fez, deixando claramente à mostra o que já era difícil de esconder: a tristeza da separação.

Essa história eu presenciei.

O que eu quero dizer com estas histórias?

Simples. Quantas das pessoas que você conhece e diz serem seus (suas) amigos (as) te defenderiam quando alguém falasse alguma coisa sobre você? Quantas você defenderia? Quantas pessoas chegariam à sua casa e te trariam um alento (seja de qual forma for: financeiro, material, espiritual, sentimental) em um momento de dificuldade? A quantas você levaria este alento? Quantas pessoas viriam às lágrimas por serem obrigadas a perder o convívio com você? Por quantas você choraria convulsivamente?

Como já disse o psicanalista Contardo Calligaris “Trate como íntimo só quem poderia sem riscos lhe devolver a mesma cordialidade”.

O escritor tcheco Milan Kundera escreveu que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Para ele toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Fernando Pessoa lamentou a falta de amigos (e de amor) dizendo que isso traz uma negra e fria solidão. William Shakespeare disse em um dos seus textos que você “aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo apesar de longas distâncias. E que o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitem escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer alguma coisa, ou nada, e ter bons momentos juntos”.

O grande escritor inglês Shakespeare também disse que, algumas vezes, tudo o que você necessita é de uma mão para segurar e um coração para te entender.

Poderia ficar uma eternidade aqui fazendo citações de escritores, poetas, filósofos, artistas, ou pessoas comuns sobre a amizade, sobre sua importância para a nossa vida, sobre a profundidade que esta possui.

Não é isso que eu quero, senão poderia incorrer no mesmo erro e acabar por tornar frívolo o que desejo expressar. O que realmente desejo não é ficar parafraseando essas pessoas, outrossim, é clamar para que todos revejam suas relações com as outras pessoas. Quem você considera seu amigo (a) é realmente uma pessoa amiga ou só alguém que você sabe que existe?

A amizade pode nascer das formas mais estranhas, dos jeitos mais engraçados. Tenho amigos que fui conhecendo aos poucos por meios de conversas instigantes. Tenho amigos que conheci melhor após homéricas discussões. Tenho amizades que nasceram de uma total antipatia inicial um pelo outro. Só que a todos considero amigos. Chega de superficialidade! Chega de transformar alguns sentimentos em coisas banais! Chega de dizer “eu te amo” como quem diz “oi” para pessoas que são inteiramente desconhecidas!

Eu recebo algumas correntes de e-mails sobre como a amizade é linda, que eu deveria ficar feliz por ter recebido aquele e-mail e deveria passar para “não-sei-lá-quantas” pessoas, inclusive devolver para quem enviou para mim. Só que muitas vezes eu nem conheço quem me enviou o e-mail!

Ou será que tudo isso que escrevi é uma grande bobagem e eu é que não sei qual é o valor de uma amizade e estou me prendendo demais a algo que só existe na minha cabeça?

Tennessee Williams disse certa vez que ninguém vale nada enquanto não foi amado. Ele que me desculpe, mas também não vale nada quem não amou de verdade.

Pouco me importa ter cem “amizades” taciturnas.

É mais válida uma única amizade verdadeira.

Não quero ter cinqüenta “amizades” tartufas.

Para mim, vale mais uma única amizade sincera.

Tão pouco desejo trinta “amizades” tacanhas.

Basta uma única amizade generosa.

Amizade real, honesta, genuína, autêntica, legítima. Acima de tudo verídica.

Quero dedicar este texto aos meus amigos e minhas amigas. Poucos em quantidade, muitos em qualidade. Um círculo de amigos pequeno em número, mas grandes em veracidade.

PORÃO LOQUAX de mário domingues e ieda godoi no FRINGE

Projeto idealizado por Mário Domingues e realizado em parceria com Ieda Godoi no Wonka Bar, o Porão Loquax existe desde 2005 e é um dos eventos mais importantes de poesia do estado. Divulgou a produção de poetas locais e permitiu o intercâmbio entre escritores de várias partes do país, além de ter sido palco para o lançamento de diversas obras. Desde 2006 ganhou uma versão itinerante, com apresentação no Mini-Guaíra e agora fazendo parte da programação do Fringe no Teatro Uninter.

Dia 25 de março
 
20:30
Lucas Haas Cordeiro, nascido em 28/07/1989. Cursando Psicologia na UFPR. Lançou: Sussurro&codeína, em 2006; no prelo: Os mantras no café, de contos.
Lindsey Rocha – Escritora e artista plástica. Publicou o livro Nervuras do Silêncio(7 Letras, 2005).
Ricardo Pozzo – Publicou o livro Transmigrações. Participou do cd Psiconáutica. Participa do Grupo de Escritores Pó&Teias, que lançou livro de antologia homônimo em 2006. Participa da coletânea Poesia de Ponta, editado em Ponta grossa, em março de 2007.
 
Dia 26 de março
20h30

Bárbara Lia – Escritora, poeta, professora de História. Publicou os livros de poesia: O sorriso de Leonardo (Kafka), O sal das rosas (Lumme), Noir (independente) e A última chuva (ME ed alternativas). No prelo, o romance – Solidão Calcinada (Imprensa Oficial do Paraná).
Hamilton de Lócco – Músico, compositor, artista plástico. Publicou o livro de poemas Sonífero das Almas (1998).
Luciana Cañete – Professora de Espanhol, revisora e poeta. Tem poemas publicados na Revista Mural Beatriz e na Idéias.
Jorge Barbosa Filho – Formado pela Universidade Federal do Paraná em Letras/Licenciatura, atualmente ministra Oficinas de Texto, Criação e Sensibilização. Escreve a coluna “Diversos” sobre poesia na Revista Idéias, e é o Curador da Revista Etcetera 10 e 11 .
Todas as apresentações serão no Teatro Uninter, campus Divina Providência,
 
com entrada franca.
Dr. Muricy, 1088

A IDADE DELA NÃO ESTÁ MAIS POR PERTO conto de luis felipe leprevost

“Joguei-me na cama e rasguei o travesseiro com as mãos.”
(John Fante)

Quando Huck ficou doente Consuela se viu obrigada a procurar ajuda médica em Gélida, já que o Hospital do Vilarejo de Fé sofria reformas há mais de quatro meses. Em verdade para o bem do Vilarejo, diga-se, o que outrora fora um sanatório, com mínima ala destinada à problemas gerais da população que não houvessem relação direta com a loucura, acolhendo-se em tal ala improvisada clínica veterinária, inclusive.
Inconsolável a minha amiga. Huck fora seu mais íntimo companheiro. E agora estava no porta-malas do carro que meu irmão Sussí havia me emprestado para levarmos Huck à algum lugar que merecesse que ali o enterrássemos, segundo palavras da própria Consuela.  
Veja, o trânsito vai como um afluente, às vezes quase seco, em outras trasbordando ferocidade, disse-me ela durante esta única e última vez em que esteve em Gélida.
Porém naquele dia o trânsito estancara. Talvez por culpa da massa pesada de calor que o sol derrubava sobre nós. No rádio do carro tocava uma melodia que hoje traduzo por água mansa raspando pedra de fogo. Ao longe uma ambulância desesperava músculos e gargantas, vinha cortando as águas daquele rio caudaloso de lata e asfalto. Os carros assustados feito cardumes de peixes abriam espaço. Quando se pensa em sangue e morte as pessoas respeitam respirando para dentro, disse-me e sorriu manso a anciã Consuela. Olhei para ela, que contemplava o ir das pessoas na calçada, e lamentei: Sirene sempre me comove.
Jamais haveria sirenes ao socorro de tipos como Huck, retribui-me Consuela.
Anos depois, no dia em que Consuela faleceu a ambulância demorou demasiado para vir socorrer sua despedida. Seria ela da mesma estirpe que Huck? Era madrugada e quase não havia trânsito de vivos. O telefone tocou lá em casa, intrometendo-se no sonho de toda a família. Larissa era quem trazia até mim a notícia. Consuela do alto de seus 78 anos estava passando mal, alarmava-me sua neta.
Em mim um oceano se atormentou. Minhas roupas correram ao socorro da amiga velha antes de eu me dar conta completamente. Peguei mais outra vez emprestado o carro de meu irmão Sussí e acelerei em direção ao Vilarejo de Fé, foram duas horas de viagem angustiada, minhas mãos suavam segurando a direção, pois me assombrava a idéia de que seria a última vez que veria Consuela, autora de tantas alegrias que colecionei durante a vida desde que havia, à revelia da família, começado a freqüentar o Vilarejo de Fé e a cidade vizinha Ondestou blues.
Cheguei em Fé e a pensão de Consuela respirava com dificuldade. Peguei suas mãos apoiando sua morte e chorei, nada mais poderia fazer contra aquilo que não se explica.
Estranho como as coisas são. O resgate não acompanha o tempo do desespero. Os médicos chegam com a sirene das pálpebras ligadas, porém cansadas. Parece que vêm buscar alguém para um passeio. Parecem não querer despertar o sono derradeiro e infinito a que se encaminha o que precisa de socorro. 
Quando conheci Consuela ela já tinha cabelos brancos, e os raspava. Por isso eu pensava que os anciãos quando nasciam já nasciam daquele jeito, com rugas e encurvados. Nunca vi ninguém desrespeitá-la. Meu pai Bento Brennelli diz que ela esteve à passeio no mundo. Por conta disso não encarei como erro grave o atraso dos médicos, os mesmos médicos que ela hospedou e alimentou durante anos, desde quando o hospital instalado em Fé era ainda um manicômio, em sua pensão.
Ali ia embora depois de ter olhado este mundo como quem vai ao circo a minha amiga. Como quem senta em uma varanda e contempla o enorme lago sitiado no coração do Vilarejo de Fé partia Consuela, sem que jamais houvesse reclamado das picadas dos mosquitos que, talvez, tenham sido seus mais fiéis companheiros após a morte de Huck e a partida de Larissa para a Cidade Maravilhosa.
Quem sabe ela tenha vivido por aqui apenas como quem patina sobre o gelo e ri depois com a perna engessada. Era como se a neve aparada de seus cabelos tivesse mantido por toda vida sua cabeça fresca.
Daquela vez comigo no carro, quando procurávamos a cama de descanso eterno para Huck, quando coincidentemente por nós passaram os escândalos apressados de uma equipe de salvamento, Consuela disse sem indiferença: Como dirigem mal estes motoristas de ambulância, um dia ainda matam alguém de tanto que correm.
A velha Consuela era esperta. Tricotou direitinho toda sua vida em um pano branco e limpo. Pressentiu sua despedida. Foi embora como quem pressente o odor da chuva se armando no céu claro. Fez-se a neblina em seus cabelos perfumados pelo orvalho das manhãs de Fé.
Fizeram-se molengas seus tríceps, abraços de água-viva, sem correnteza. Trazia sempre para a mesa o almoço feito um discreto e alegre pingüim. Personagem de fábulas que se apagam em um dia intacto. Agora está lá a velha, retida no coração fosfóreo da terra, habitando o escuro. E aqui vamos nós iludindo a idade dela não estar mais por perto.

OS “INTELECTUAIS” VÃO AO TEATRO no FESTIVAL DE CURITIBA

Mais engraçado do que Terra em Trânsito, espetáculo encenado neste sábado (22) no Teatro do Unicenp, com texto e direção de Gerald Thomas, foi o comportamento do público que o assistiu. Antes mesmo que a personagem Fabí – interpretada pela ótima Fabiana Gugli – soltasse um de seus comentários a respeito de personalidades como o jornalista Paulo Francis, grande parte da platéia já não continha as gargalhadas.

O curioso é que quando, na peça, foi citado o também jornalista, porém um pouco menos conhecido do grande público, Reinaldo Azevedo, ou ainda quando Fabí reclamava, aos berros, que havia outra pessoa que não ela interpretando em seu lugar a Isolda, da ópera de Wagner, houve um silêncio brutal. Mas foi só ela falar em George W. Bush que todos voltaram a sorrir.

Por essas e outras, às vezes chega a ser constrangedor pôr os pés num espetáculo da Mostra de Teatro Contemporâneo. Além de aturar alguns espetáculos de qualidade duvidosa, o espectador pode ter que aturar a pessoa da poltrona ao lado, que, para não parecer que não entendeu a piada, não pára de rir.

Interrupção e revolta

Um problema em um projetor levou ao cancelamento da peça Vestido de Noiva na noite deste domingo (24). A peça, encenada pela companhia Os Satyros, estava em cartaz no Guairinha.

Com meia hora de espetáculo, o equipamento começou a apresentar problemas, fazendo com que a apresentação fosse interrompida – o que fez com que o público se revoltasse e criticasse o festival. Bastante nervosa, a atriz Norma Bengell subiu ao palco para acalmar a platéia.

Western no Largo da Ordem

Os atores Paulo Américo e Thiago Barros, da Cia Independente de Teatro, passaram por apuros neste domingo (23) enquanto encenavam a peça “O abajur Lilás”, integrante do Fringe. De acordo com a reportagem da Folha Online, um homem, que teria se identificado como policial militar, apontou uma arma para a cabeça dos atores, reclamando dos palavrões ditos durante o espetáculo.

A montagem estava sendo encenada na rua, nas proximidades de barracas de artesanato da feirinha do Largo da Ordem – uma das quais seria do suposto PM.

A diretora da peça, Fernanda Levy, conta que o homem armado teria dito que “em Curitiba ninguém diz palavrão”, e que, apesar de não conseguir pegar o nome dele, uma queixa na polícia foi feita.

Por: Daniel Fonseca – Gazeta do Povo Online