Arquivos Diários: 6 fevereiro, 2008

COLORIDOS no SUBURBIO CURITIBANO poema de tonicato miranda

Este poema é dedicado ao Gerson Maciel e
à sua paixão pelo Boqueirão, bairro de nascimento e vida.
Parafraseando João Cabral de Mello Neto,
Caso houvesse uma guerra entre o Brasil e o Paraná,
Gerson lutaria pelo Paraná.
Mas se ela fosse entre o Paraná e Curitiba
Gerson lutaria por Curitiba.
E se ela fosse ainda entre Curitiba e o Boqueirão,
Gerson não exitaria, lutaria pelo Boqueirão.

  
Orgulha-te dos meninos do Boqueirão
Te cuida menino, com o banho no Rio Belém
Cuidado com as cavas do Iguaçu, amém
E o expresso é vermelho, é vermelho
  
Lá vem rodando na canaleta, o vermelhãoOrgulha-te dos meninos do Boqueirão
Saboreia as goiabas que trazem pra casa, aos bocados
Roubadas dos terrenos vizinhos e dos descuidados
E a fruta é branca, é branca, é vermelha
Por dentro ela é viva, é vermelhão

Orgulha-te dos piás do Boqueirão
Veja o olhar deles para baixo, nas pernas das meninas
Os olhos saltam mais que palavras, as línguas traquinas
E a íris é verde, é verde, é vermelha
Dentro do olho o tesão é forte, é vermelhão

Orgulha-te dos pássaros do Boqueirão
Fugitivos do bodoque, da atiradeira, do estilingue dos meninos
Fuçando de galho em galho, caça gafanhotos pequeninos
E o inseto é marrom, é marrom, é laranja
O sangue dos iletrados é marrão

Orgulha-te dos cultos e incultos do Boqueirão
Glória a Deus nos lodaçais e nas encostas do Uberaba
Machuca o prego na madeira, constrói o brinquedo, por ele baba
Entrega a cor dele à felicidade, e ela é rosa, é rosada
É vermelho o carrinho de mão, ele é vermelhão

Não te orgulha dos gorgulhos das poças d’água do Boqueirão
A chuva engole as madeiras e os lixos nas valetas
O barquinho de papel vai reto na sarjeta, depois em piruetas
Onde não há meio-fio, calçada, e a rua é preta, ela é preta
No fundo é vermelha, a vergonha é um vermelhão

Mas te orgulha dos meninos do Boqueirão
Eles são como eu, como você, pés no chão e no caminho
Camisa para quê basta um solado forte contra o espinho
E o espinho é amarelo, é pontudo, é cicatriz
E o nosso sangue e o deles é e sempre será um vermelhão.

POEMA (1) de sergio bitencourt

BORBULHAM INDIVIDUALIDADES

NAS LIBERDADES MANIFESTAS

CONSCIENTES,INCONSCIENTES

NUMA DANÇA INTEGRADA

COM O SILÊNCIO EXPRESSIVO

DA CONSCIÊNCIA NÃO MANIFESTADA

POEMA (3) – de carolina correa

Refletindo ás cegas

Conclusões meramente concluídas.

Na palma da mão

Ao excessivo Deus dará,

Seguindo os passos de um ilusionista

Te supro.

Frases viajadas

Os pensamentos é que são reais.

Me consomem

Me inibem

Preguiçosas palavras contidas.

Visto a máscara

Alucinação pura

O físico prensado

A mente solta

Uma conversa á quatro

Me supro.

Nos bastamos.

a autora, 17 anos, faz parte do grupo de novos poetas do site.